Afazeres infindos…

É coisa de mulher, tá, a gente nasceu pra isto e não vai ter solução nunca, nunquinha mesmo.

A gente lava, passa, chupa cana e assobia (ou assovia? ), é fato e temos que aceitar…

Trabalhar em casa tem muitas vantagens, horários flexíveis, almoço fresquinho todo dia, dá pra acompanhar de perto a vida e a educação da crianças, mas também a gente fica se irritando com a secretária do lar e com as crianças o dia todo.

Você enxerga tudo o que está e o que NÃO está acontecendo. Vc percebe que a logística dos seres humanos é definitivamente diferente  umas das outras.

Qdo vc sai para trabalhar e volta no final do dia, as merdas todas já foram arrumadas, as roupas já foram lavadas misturando coloridas com brancas, mas tá tudo no varal e vc nem notou (só quando pegar sua camisa branca e ela estiver rosadinha), o almoço já aconteceu como uma partida de paintball, mas a cozinha já foi limpa, os ambientes foram arrumados numa ordem absolutamente irracional mas vc não foi afetada.

Mas pra mim isto acontece embaixo do meu nariz, e eu, como virginiana prestes a adquirir TOC, é definitivamente mortal, enlouquecedor, tira o meu foco, me enerva a cada olhada pra tal secretária do lar.

Conclusão, passo o dia dando esporro e chamando a atenção pra isto e para aquilo, quando não me levanto e vou resolver tudo pois num consigo ficar parada.

Outra coisa que me deixa doida, o fato de desde sempre ter tido uma secretária e não aventar a menor possibilidade de não usufruir deste serviço, faz com que as crianças achem que cairam do céu por descuido, que sempre vai ter alguém pra catar as bagunças deixadas, eu, ou a empregada.

Bom, estou ferrenhamente tentando mudar isto, ou seja a quantidade de esporros aumentou em 3x. Os castiguinhos aumentaram. Elas ainda não perceberam que vão perder mais do que imaginam se não começarem a se aprumar.

Eu definitivamente gosto de arrumação e limpeza, mas sou controlada, nada fora do comum e elas vão aprender a, no mínimo, me deixar satisfeita, até terem o espaço delas, isto demora pra uma uns 10 a 12 anos e pra outra uns 20, aproximadamente. 

Sou dura, sim, sou brava, sim.  Mas acho que estou criando pessoas corretas, centradas, equilibradas. Em contrapartida sou amorosa, amiga, penso com a cabeça delas em determinados momentos para ser mais justa, enfim sou uma boa mãe , mesmo.

É o seguinte, é “flocos” ser mulher, mãe, profissional, patroa, educadora e tals… portanto, fofos queridos, ideologistas da independência, fissurados em sair logo da casa dos pais, fiquem lá por mais tempo, morar sozinho implica em tudo isto e mais um pouco. Welcome to the real world babies!!! É Flórida!!

#prontofalei